quinta-feira, março 28, 2024
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Queda nas safras de milho e soja e elevação do preço do leite são destaques do Boletim Agropecuário de julho

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Documento mostra ainda que junho foi um bom mês para exportações de frangos e suínos

As safras de milho e soja em Santa Catarina devem apresentar redução de 30% e 20%, respectivamente, em relação às estimativas iniciais. Há também perspectiva de elevação substancial dos preços recebidos em julho pelos produtores catarinenses de leite. Junho se revelou um mês positivo para as exportações de frangos produzidos no Estado. Estas e outras análises estão no Boletim Agropecuário de julho, documento divulgado mensalmente pela Epagri/Cepa com análise das principais cadeias produtivas do agronegócio catarinense.

Milho

O milho catarinense enfrenta uma redução de 30,1% na safra em relação ao prognóstico inicial, o que representa cerca de 900 mil toneladas a menos. As informações são referentes à primeira e à segunda safra em Santa Catarina, que somam 359 mil hectares.

Após registrarem valor médio mensal recorde em fevereiro – cerca de R$100,00/sc – os valores pagos ao produtor recuaram 14,5% até junho. O cenário é resultado da boa segunda safra nacional, que está sendo colhida, aumentando a oferta no mercado interno. O ritmo das exportações pode mudar este cenário.

Soja

Estimativa final da safra catarinense de soja feita em julho aponta uma redução de 20,14% na produção catarinense de soja, que cai de 2,71 milhões de toneladas (estimativa inicial em setembro) para 2,01 milhões de toneladas. A queda é resultado da estiagem entre dezembro e janeiro. Os números refletem a primeira e a segunda safra do grão no Estado.

Após níveis recordes de preço pago ao produtor – acima de R$200,00/sc – no início de março, as cotações recuaram até atingir a mínima de R$172,00/sc no início de abril. A menor demanda chinesa, com risco de recessão mundial, a estimativa de aumento da área cultivada nos EUA e a saída dos fundos de investimento para outras aplicações financeiras, foram determinantes para o recuo das cotações desde junho, o que influi diretamente nos preços no Brasil.

Feijão

O preço médio do feijão-carioca no mês de junho recuou 7,27% em relação a maio, fechando a média mensal em R$294,89/sc de 60kg. Para o feijão-preto, houve variação negativa de 8,77% no último mês, fechando a média mensal em R$189,96/sc de 60kg. Em termos nominais, o preço da saca do feijão-carioca está 24,23% acima do pago em maio de 2021, mas para o feijão-preto há um significativo recuo de 20,83%.

A expectativa para os próximos meses é que os preços estabilizem, seguindo a tendência histórica para o estado. A situação reflete o fim da colheita da segunda safra, em junho, e consequente aumento da oferta. Além disso, o clima está favorecendo o desenvolvimento da segunda safra de feijão em praticamente todas as regiões produtoras do país, o que reforça o cenário de ampliação do volume do grão disponibilizado ao mercado.

Trigo

As cotações de trigo no mercado catarinense tiveram variação positiva de 5,89% em junho, fechando em R$104,64/sc de 60 kg. Os preços cobrados pelos produtores no mês passado estão 27% acima daqueles registrados há um ano, em termos nominais. A alta nas cotações do trigo é sustentada pela baixa disponibilidade do produto para venda no mercado interno e a valorização do dólar frente ao real.

As condições climáticas contribuíram para a evolução do plantio das lavouras catarinenses nas últimas semanas de junho, o que permitiu aos produtores colocarem em dia seus cronogramas de semeadura, que já estavam atrasados em função do excesso de chuvas em maio e junho. As condições das lavouras são muito boas.

Arroz

Com a colheita encerrada, Santa Catarina contabiliza uma produção de 1,25 milhão de toneladas de arroz, com produtividade de 8,48 toneladas por hectare e 148 mil hectares de área plantada. Apesar da finalização da colheita no estado, que resultou em aumento da oferta interna do grão, nos meses de junho e julho os preços do grão reagiram no mercado catarinense.

Leite

Os preços dos lácteos tiveram expressivas altas no mercado atacadista nas últimas semanas. Com isso, os preços recebidos pelos produtores em julho ficarão muito acima do preço médio de junho, devendo superar os melhores preços médios da série histórica da Epagri/Cepa.

Essa elevação dos preços está influenciando também na balança comercial brasileira de lácteos: as importações são crescentes e as exportações decrescentes.

Bovinos

Os preços médios do boi gordo em Santa Catarina apresentaram alta de 1,4% na primeira quinzena de julho, em relação ao mês anterior, seguindo tendência nacional. Na comparação com julho de 2021 a alta é de 2,5% na média estadual. Os preços de atacado apresentaram alta na primeira quinzena de julho, com variação média de 0,5% em relação a junho. Em 2202 a elevação é de 7,6%.

A alta dos preços é explicada parcialmente pela queda na quantidade de animais abatidos. De acordo com dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), sistematizados pela Epagri/Cepa, no primeiro semestre 309,89 mil bovinos foram produzidos em Santa Catarina e destinados ao abate, montante 10,1% inferior ao do mesmo período do ano anterior e 2,6% menor na comparação com o segundo semestre de 2021.

Frango

Santa Catarina exportou 89,68 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada) em junho, o que representa alta de 9,8% em relação ao mês anterior e queda de 3,2% na comparação com junho de 2021. Este é o maior volume embarcado no ano. As receitas foram de US$211,42 milhões, alta de 14,4% em relação ao mês anterior e de 27,7% na comparação com junho de 2021. Em termos financeiros, este é o melhor resultado mensal desde maio de 2019.

No primeiro semestre Santa Catarina exportou 507,82 mil toneladas, com receitas de US$1,06 bilhão, altas de 3,1% e 27,4%, respectivamente, na comparação com o mesmo período do ano passado. O Estado foi responsável por 22,9% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango nos seis primeiros meses do ano.

Suínos

Santa Catarina exportou 50,69 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos) em junho, alta de 9% em relação ao mês anterior e queda de 8,6% na comparação com junho de 2021. As receitas foram de US$124,10 milhões, alta de 10,3% em relação ao mês anterior e queda de 13,5% na comparação com junho de 2021. Este é o melhor resultado mensal desde setembro do ano passado.

No acumulado do primeiro semestre, o Estado exportou 279,37 mil toneladas de carne suína, com receitas de US$631,14 milhões, quedas de 1,3% em quantidade e de 10,5% em valor, na comparação com o mesmo período de 2021. Santa Catarina respondeu por 57,4% das receitas e por 55,9% do volume de carne suína exportada pelo Brasil neste ano.

De acordo com os dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), sistematizados pela Epagri/Cepa, no primeiro semestre Santa Catarina produziu e destinou ao abate 8,49 milhões de suínos, montante 8,7% superior ao do mesmo período do ano anterior e 2,5% superior ao do segundo semestre de 2021.

Cebola

Com cerca de 17% da área já plantada em Santa Catarina, a Epagri/Cepa estima que o Estado produza pouco mais de 523 mil toneladas de cebola na safra 2022/23, aumento de 5,46% em relação ao último ciclo. A produtividade estimada é de 29.798kg por hectare, quantidade 4,96% superior à safra 2021/22. A área plantada será de 17.554 hectares, aumento de 0,52% em relação ao cilco 2021/22.

Em junho o mercado nacional foi abastecido pelas regiões do Triângulo Mineiro, Goiás e Nordeste e pela importação, que apresentou significativa redução. Para julho se prevê a entrada da cebola paulista no mercado. As importações foram de 128.600 toneladas de janeiro a junho, cerca de 12,32% a mais em relação ao mesmo período do ano passado.

Alho

Com 56,45% das lavouras catarinenses de alho já plantadas, a Epagri Cepa estima uma redução de 20,56% na produção do Estado, passando de 19.129, para 15.866 toneladas. A queda reflete redução esperada de 22,96% na área plantada, saindo de 1.810 hectares para 1.472 hectares. Se o clima colaborar, a produtividade do alho de Santa Catarina deve aumentar 1,98%.

Em junho foram importadas 13,74 mil toneladas de alho, aumento de 2,31% em relação a maio. O volume internalizado nos primeiros seis meses do ano é de 77,17 mil toneladas, redução de 12,88% em relação ao mesmo período de 2021, quando haviam sido importadas 88,58 mil toneladas.

Confira a íntegra do Boletim Agropecuário de julho: https://docweb.epagri.sc.gov.br/website_cepa/Boletim_agropecuario/boletim_agropecuario_n110.pdf

 

Por Assessoria de Comunicação

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