Para o governo, com esse sistema o produtor ganha um mercado diferenciado para sua produção
Os consumidores de morango têm acompanhado cada vez mais de perto toda a cadeia de produção do fruto, desde o cultivo da terra até a chegada do produto às prateleiras. Por esse motivo, produtores recorrem à chamada produção integrada. Entre outras vantagens, essa prática permite a redução do custo de produção, a conservação ambiental, segurança para o trabalhador rural, e maior desenvolvimento regional.
O assunto foi debatido no IX Simpósio Nacional do Morango, realizado na última terça-feira (19). A coordenadora de Produção Integrada Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Rosilene Souto, afirmou que esse sistema permite a integração sócio-econômica e ambiental. Segundo ela, caso o produtor opte por seguir os critérios técnicos desenvolvidos a partir de aplicação em unidades-piloto, terá um mercado “diferenciado” para sua produção.
“A produção integrada consegue reunir conhecimentos e profissionais capacitados em todo o sistema de produção. O modelo leva diretamente ao produtor todo o conhecimento, principalmente sobre o aproveitamento do morango, que é tão sensível. Nessa época em que estamos conscientes sobre perdas e desperdícios, conseguimos aproveitar o produto de todas as maneiras e produzi-lo praticamente durante todo o ano”, destacou.
Com o intuito de também abranger outros produtos feitos à base do morango in natura, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento atualizou o normativo técnico para a atender a Portaria 443/2011 do Inmetro, onde constam requisitos de avaliação da conformidade para a produção integrada no Brasil.
Até o momento, estados como Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo contam com produtores que aplicam a produção integrada de morangos ao meio regional local de forma ambiental, econômica e social. A produção integrada organiza a atividade do sistema produtivo levando em conta aspectos da região, observando funções ecológicas, por exemplo. O objetivo é promover o desenvolvimento sustentável.
Como funciona a produção integrada?
As normas técnicas de produção passam por testes e são validadas a partir da aplicação em unidades-piloto. Para isso, são utilizadas tecnologias para racionalizar produtos agroquímicos, o monitoramento da água, do solo, da cultura, da pós-colheita e a implantação de registros em todas as fases de produção para obtenção da rastreabilidade.
Ao final, todas as orientações estabelecidas para o sistema de produção integrada estarão disponíveis para os produtores. Entre elas, as normas técnicas específicas, grade de agroquímicos, listas de verificação, cadernos de campo, cadernos de pós-colheita e cadernos de agroindustrialização. Todos são aprovados e homologados pelo Ministério da Agricultura.
Fonte: Brasil 61