quinta-feira, maio 2, 2024
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Primeira engenheira negra do Brasil, que foi professora em Rio Negro, ganha estátua em Curitiba

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Escultura de Enedina Alves Marques foi instalada no Calçadão da XV

A primeira engenheira negra do Brasil, que foi professora em Rio Negro nos anos 1930, foi eternizada em uma estátua no centro de Curitiba.

A escultura em bronze de Enedina Alves Marques (1913-1981) foi inaugurada nesta semana no calçadão da Rua XV de Novembro, em frente ao histórico edifício Moreira Garcez (o primeiro edifício da capital paranaense).

A cerimônia de entrega contou com uma celebração festiva que reuniu representantes da população negra de Curitiba, bem como familiares de Enedina Alves Marques: sua sobrinha Lizete Marques e os sobrinhos-bisnetos Daniel Marques Filho e Alessandra Marques.

“Aqui está um tributo de Curitiba a uma mulher que foi grande e que foi nossa. Enedina tem mérito infinito por romper barreiras, mas acima de tudo, pela sua brilhante inteligência”, destacou Greca, que ressaltou as realizações notáveis de Enedina, incluindo sua contribuição para o desenvolvimento do sistema hidrelétrico paranaense.

Nome na história

Enedina Alves Marques, uma pioneira que marcou seu nome na história, formou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná, em 1945, aos 32 anos.

Antes, acumulou passagens por escolas de cidades como Rio Negro, São Mateus do Sul, Cerro Azul e Campo Largo, por exemplo. Localmente, ela lecionou no Colégio Barão de Antonina.

Suas contribuições notáveis incluem o desenvolvimento do Plano Hidrelétrico do Paraná, o projeto da Usina Capivari-Cachoeira no Litoral, o Colégio Estadual do Paraná e a Casa do Estudante Universitário de Curitiba.

Familiares de Enedina, presentes na inauguração, expressaram emoção pela homenagem. “É muito bom saber que tem um reconhecimento de tudo que ela representa para os negros e a história do país e do Paraná, e independentemente da cor, ela é um exemplo para todas as mulheres dessa cidade e do país”, destacou a sobrinha Lizete.

A Universidade Internacional Uninter, parceira na iniciativa, destacou a importância da homenagem. “É uma honra fazer parte desta merecida homenagem a Enedina Alves, por ela ser uma representante legítima da persistência e por vencer tantas barreiras”, afirmou Marco Eleutério, diretor-executivo da Uninter.

Foto: Divulgação

Escultura

A escultura, fruto de seis meses de pesquisa e produção no Atelier de Esculturas do Memorial Paranista pelo artista Rafael Sartori, retrata Enedina sentada com um livro nas mãos, simbolizando sua dedicação à educação. A obra, localizada próximo ao Campus Garcez da Uninter, destaca-se como um ponto de referência de grande circulação para moradores e turistas, no coração da capital.

A inauguração da escultura também foi significativa para a visibilidade das mulheres, especialmente das negras. A professora Cláudia Maria Ferreira levou a filha Abayomi Olunakemi Ferreira Abiolou, de 9 anos, para ver a obra.

“Fiz questão de trazê-la até aqui para ela ter a Enedina como exemplo de uma mulher negra de destaque, isso é fundamental para a visibilidade do povo negro curitibano, ter essas referências”, destacou Cláudia.

Da Redação

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