Emerson Lima de Campos descobriu que a sua passageira estava levando a cachorra para eutanásia por falta de dinheiro para um tratamento de saúde e decidiu adotá-la e curá-la
Emerson Lima de Campos possui 40 anos. Para driblar o desemprego, ele atua como motorista da Uber – e, em uma das corridas, decidiu salvar uma vida e ganhou uma amiga de quatro patas.
Enquanto rodava em busca de uma ‘corrida’, Emerson recebeu um chamado com uma mensagem perguntando se ele levava cachorro no carro. “Eu perguntei ‘é grande, senhora?’. Ela só disse: ‘ela fica quietinha’. Logo ela apareceu… gente, pensa num cachorro grande, era esse!”, contou ele à reportagem da Tribuna da Fronteira.
“Começamos a conversar, mas ela até então não tinha falado o que iria fazer. Foi quando ela ligou para uma primeira pessoa e começou a falar que estava decidida e não voltaria atrás, então continuei sem saber. Logo depois, ela ligou para a irmã dela e soltou que iria fazer uma eutanásia na cachorra porque um veterinário disse que ela precisava de cirurgia que custava R$ 5 mil, mais R$ 1 mil de exames, e ela não tinha dinheiro para isso”, relatou Emerson.
“Escutando tudo isso olhei pra trás quando parei no sinal e vi na cara da cachorra que ela estava bem – podia ter alguma coisa sim, mas não tão grave. Então, perguntei à mulher o que ela achava de dar a cachorra para mim”, lembra ele, afirmando que com a concordância da passageira eles voltaram à casa dela para pegar um saco de ração e as vasilhas. “Fiquei esperando, ela subiu e me deu tudo. Eu peguei, agradeci e fui embora – e ela nem se despediu da Vida (esse é o novo nome que dei a ela)”, complementa.
Uma nova “Vida”
Após adotar a cachorra, Emerson a levou ao veterinário e descobriu que tinha um nódulo de 2 cm no ovário e precisava de cirurgia. No total, ele gastou cerca de R$ 500, mesmo valor que a antiga tutora gastaria para a eutanásia, e a operação foi um sucesso.
“Viva a Vida! Ela é linda e estamos apaixonados. Tenho três filhos e meu netinho e crio eles sozinho, pago aluguel e prestação de carro, mas faria isso quantas vezes fosse preciso! Eu vi mais uma vez que o que importa não é o que você mostra para os outros, e sim o que tem no seu coração; não importa se você é de direita ou de esquerda, negro ou branco, hétero ou homossexual: vamos fazer o bem sem olhar a quem ou a que”, desabafa ele.
Conheça a Vida
Emerson é carioca, mora no Rio de Janeiro, e adotou a “Vida” no final do ano passado. O amor é tanto, que a cachorra da raça Samoieda ganhou um perfil no Instagram do “papai”, como Emerson se refere na rede social. Para conhecê-la, acesse: https://instagram.com/vida_limaa.
Por Millena Sartori e Diovana Abreu Sartori/Tribuna da Fronteira