Mafra foi a única cidade catarinense a ter mandados cumpridos esta semana
Uma força-tarefa cumpriu na última quinta-feira (17) 28 mandados de busca e apreensão em endereços vinculados a um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas cariocas. Conforme informação repassada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro à reportagem da Tribuna da Fronteira, Mafra foi o único município catarinense a ter mandado executado.
As ações também foram feitas no RJ, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná. A operação, chamada de “Overload II”, está sendo feita por uma força-tarefa formada pelo Ministério Público carioca (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MRJ), em parceria com a Polícia Civil, além do apoio de instituições dos estados investigados.
Como funcionava
Segundo o MPRJ, as investigações apontam que os criminosos cariocas se utilizavam de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas ligadas ao esquema criminoso para “lavar” os recursos obtidos com o tráfico de drogas em diferentes comunidades – ou seja, o dinheiro obtido da venda de drogas ilegais era depositado nas contas e “transformados” em salários ou lucro para parecer legal.
Segundo a força-tarefa, em pouco mais de um ano 35 CNPJs – muitos de empresas de fachada – e dez CPFs movimentaram R$ 200 milhões. As ordens partiam de dentro de presídios.
Início
O MPRJ revelou à imprensa que as investigações tiveram início a partir de apreensão de um celular pertencente a um integrante da facção criminosa, durante incursão policial no Morro do Juramento, em 2014. “Um relatório de interceptação telefônica revelou diversas mensagens entre criminosos onde foram indicadas ao menos 28 contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas, que serviam para ocultar, circular e dissimular a origem do dinheiro obtido ilicitamente pela organização criminosa através do tráfico de drogas e armas”, disse o MPRJ.
Entre os denunciados estão os líderes do Comando Vermelho: Elias Pereira da Silva, o “Elias Maluco”, e Márcio Santos Nepomuceno, o “Marcinho VP”, ambos presos na penitenciária federal de Catanduvas. Além de expedir os mandados, a 1ª Vara Criminal Regional de Madureira também determinou o bloqueio de contas bancárias ligadas ao esquema.
Por Millena Sartori/Tribuna da Fronteira