Aos 79 anos Maria Renée Schultz Hau, que já havia se aposentado há 14 anos como comerciante, decidiu transformar um cômodo da sua casa em uma loja de presentes e utilidades
Quem passa pelo fim da rua Tenente Ary Rauen, nas proximidades do entroncamento entre Alto de Mafra, Restinga e Vila Nova, pode se deparar com uma casa que abriga grandes histórias. A mais atual pode ser vista com os próprios olhos: uma mafrense de 94 anos que transformou um cômodo da sua casa em uma loja de presentes e utilidades e atende o público diariamente.
Em 2006, aos seus 79 anos, Maria Renée Schultz Hau decidiu voltar a trabalhar na profissão em que se aposentou 14 anos antes: comerciante. A ideia veio cinco anos após a morte de seu marido. “Decidi ter uma ocupação após a morte dele”, conta.
Desde então, com a ajuda de uma das netas, ela faz as compras em Curitiba e em Mafra direto com fornecedores e também os atendimentos aos seus clientes.
Sobre até quando ela pretende manter a loja, a resposta é enfática: “Até quando eu morrer”.
“Eu acho uma coisa muito importante, pois o comércio dá um retorno muito bom. A pessoa trabalha bastante, mas dá retorno e ocupa o nosso tempo, distrai, porque ao ficar sem fazer nada o tempo não passa”, disse ela, em entrevista à Tribuna da Fronteira.
História
Maria Renée nasceu em 1927, em Mafra, e começou a trabalhar aos 16 anos como professora. Ela se manteve na docência por três anos, até casar, e voltou a trabalhar em 1947, já como lojista.
“Comecei a trabalhar no comércio que o meu marido tinha com o pai dele. Com o falecimento do meu sogro, três anos depois, eu e meu marido abrimos nosso próprio negócio, mas depois passei a cuidar sozinha porque ele foi tocar uma serraria”, lembra ela.
O “Armazém Secos e Molhados”, que vendia alimentos, bebidas e utensílios domésticos, ficou em funcionamento até o fim dos anos 80, quando o casal conseguiu se aposentar – ela como comerciante e ele como industrial.
Maria Renée possui 4 filhos, 12 netos e 10 bisnetos.
Por Millena Sartori/Tribuna da Fronteira