Pelo menos 1 a cada 41 habitantes das cidades-irmãs possuem uma renda mensal per capita de até R$ 200
Já imaginou como seria a sua vida se a sua família tivesse uma renda mensal per capita de até R$ 200? Esta é a realidade de pelo menos 2.193 famílias de RioMafra, número que vem crescendo e já soma uma alta de 31% durante a pandemia – revelando um crescimento da pobreza nas cidades-irmãs Rio Negro (PR) e Mafra (SC).
Desde o início da pandemia, mas principalmente no ano passado, diversos custos de vida dispararam e bateram seus recordes. Com a inflação acelerada e a renda não acompanhando a alta, as dificuldades financeiras crescem – e resultam em dados como o que considerando a população total dos dois municípios, pelo menos 1 a cada 41 habitantes estão na faixa considerada de pobreza ou extrema pobreza; antes da intensificação da pandemia em todo o país, a taxa era de 1 a cada 54.
E este é só um número mínimo, já que considera os dados mais recentes do Governo Federal sobre as famílias aptas a receber o Auxílio Brasil neste mês. O levantamento feito pela reportagem da Tribuna da Fronteira comparou os dados de março/2020 aos deste mês.
O benefício tem uma série de critérios a ser cumpridos para ser concedidos, e trabalha com o limite das famílias consideradas em extrema pobreza (renda per capita mensal de até R$ 100) ou em situação de pobreza (renda per capita mensal entre R$ 100,01 e R$ 200) – mas, neste segundo caso, só entram na conta aquelas que têm em sua composição gestantes ou jovens de até 21 anos – ou seja, as que não possuem não entram nesta conta.
Agravamento em 2021
O agravamento da pobreza em RioMafra foi durante o ano passado, quando os preços sofreram uma alta generalizada. Enquanto que os dados do Governo Federal apontam que em janeiro de 2021 havia 1.667 famílias na linha de pobreza nas duas cidades, neste mês o total saltou para 2.193 – alta também de 31,5%, devido à inclusão de 526 famílias riomafrenses nesta categoria.
Permanência no Auxílio Brasil
A permanência no Auxílio Brasil, programa que substitui o antigo Bolsa Família, depende, entre outras questões, do cumprimento de algumas condições que têm o objetivo de estimular as famílias a exercerem o direito de acesso às políticas públicas de assistência social, educação e saúde.
Entre os critérios estão a frequência escolar mensal mínima de 60% para crianças de quatro e cinco anos de idade, e de 75% para as de seis a 21 anos, a observância do calendário nacional de vacinação instituído pelo Ministério da Saúde, o acompanhamento nutricional de crianças com até sete anos incompletos e do pré-natal para as gestantes.
Como incentivo à emancipação, as famílias que têm aumento da renda familiar mensal que ultrapasse R$ 210 por pessoa e que apresentem em sua composição crianças, jovens de até 21 anos ou gestantes podem permanecer no programa por até 24 meses, sem que o seu benefício seja cancelado em razão deste aumento. O objetivo é dar aos beneficiários a segurança de que eles terão o acompanhamento e a proteção de renda do Governo Federal durante o processo de construção da sua autonomia financeira.
Por Millena Sartori/Tribuna da Fronteira