Pontífice ampliou o trabalho no Sínodo dos Bispos
O Papa Francisco aprovou um novo processo de três anos para considerar reformas na Igreja Católica global, anunciou o Vaticano este sábado, como um sinal de que o pontífice de 88 anos planeia continuar como papa, apesar da sua batalha em curso contra uma pneumonia dupla.
Francisco estendeu o trabalho do Sínodo dos Bispos, uma das iniciativas de destaque do seu papado de 12 anos, que discute reformas como a possibilidade de as mulheres servirem como diáconas católicas e uma maior inclusão das pessoas LGBTQ+ na Igreja.
Em Julho, o Vaticano tinha anunciado que ia preparar um documento sobre as mulheres em papéis de liderança na Igreja Católica, numa iniciativa destinada a responder a antigas reivindicações femininas. Mas o sínodo, que juntou os bispos de todo o mundo no Vaticano numa discussão sobre o futuro da Igreja em Outubro passado, foi inconclusivo e agora, durante os próximos três anos, o Vaticano realizará consultas com católicos de todo o mundo, antes de os bispos se voltarem a encontrar num novo encontro em 2028.
Francisco aprovou o novo processo para reformas na terça-feira, a partir do hospital Gemelli, em Roma, onde está a ser tratado. O papa está no hospital há mais de um mês, e a sua prolongada ausência pública tem vindo a alimentar especulações de que poderia seguir os passos de Bento XVI e renunciar ao papado.
No entanto, os seus amigos e biógrafos insistiram que ele não tem planos de renunciar, e que a aprovação de um novo processo de três anos deve ser lida como um sinal de que ele quer continuar como Papa, apesar da sua idade e da possibilidade de enfrentar um longo e difícil caminho para a recuperação da pneumonia, devido também a outras patologias.
“O Santo Padre está a ajudar a impulsionar a renovação da Igreja e a direcção a um novo impulso missionário”, disse o Cardeal Mario Grech, o responsável da Igreja pela liderança do processo de reforma, à agência de média do Vaticano. “Isso é, de facto, um sinal de esperança”, acrescentou.
Após a cúpula inconclusiva do Vaticano em Outubro, que não resultou em acções concretas sobre possíveis reformas, Francisco enfrentou questões sobre se o seu papado estava a perder força.
O Vaticano disse na altura que Francisco ainda estava a considerar mudanças futuras e estava à espera de receber uma série de dez relatórios sobre possíveis reformas em Junho deste ano. Os últimos boletins médicos do Vaticano sobre a condição do papa no hospital afirmaram que está a melhorar e já não está em perigo imediato de morte. Não foi apontada nenhuma previsão de quando poderá ter alta hospitalar.
Por Reuters