segunda-feira, novembro 25, 2024
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Até 2024, maioria dos profissionais da medicina será mulher, projeta estudo

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Em onze anos, o número de mulheres médicas quase dobrou no Brasil. Contudo, a desigualdade salarial persiste e mostra que elas recebem cerca de 36% a menos do que os colegas médicos

Entre 2011 e 2022, a quantidade de mulheres médicas no Brasil quase dobrou. No primeiro ano, o número era de 141 mil profissionais, passando para 260 mil no ano passado. Os dados são do estudo Demografia Médica no Brasil 2023, que ainda revela que até o ano que vem as mulheres serão maioria entre os médicos do país, com um percentual de cerca de 50,2% da categoria profissional.

A pesquisa é realizada pela Associação Médica Brasileira (AMB) e a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).  Desde 2009 este fenômeno é observado junto aos novos alunos da graduação e aos novos registros em Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). Segundo a pesquisa, contudo, a distribuição dos rendimentos ainda é desigual: as mulheres chegam a receber 36,3% menos do que colegas homens, segundo dados das declarações prestadas à Receita Federal no ano-base de 2020.

A pesquisa também avaliou o percentual de homens e mulheres em cada especialidade. As mulheres são minoria em todas as especialidades cirúrgicas, como cirurgia geral, em que são menos de 25% dos especialistas. Em urologia, ortopedia,  traumatologia e neurocirurgia os homens representam mais  de 90% dos especialistas.

Em alguns outros setores, porém, a representatividade feminina dispara. É o caso de dermatologia, especialidade na qual elas são 77,9%, pediatria (75,6%),  alergia,  imunologia, endocrinologia e metabologia, ambas com 72,1% de mulheres.

Formada há 25 anos, a oftalmologista Nubia Vanessa Lima comenta as qualidades femininas que ela observa como enriquecedoras no exercício diário da profissão, em algumas especialidades. “A medicina tem uma gama diversa de subespecialidades em que você também precisa ter um contato com o paciente, saber escutar, saber melhorar, ir atrás, buscar não desistir do paciente e do tratamento. Eu acho que as mulheres, dentro da própria estrutura, conseguem fazer isso muito bem. Conseguem desempenhar esse papel na sociedade de preocupação com o próximo, de preocupação com a sua família. Apesar de ser uma área onde você tem uma dedicação de 100% do tempo, eu falo que as médicas  conseguem ser médicas, mulheres, mães. Elas desempenham as multitarefas muito bem”, analisa.

A pesquisa foi apresentada recentemente aos Ministros da Saúde, Nísia Trindade, e da Educação, Camilo Santana. Na oportunidade, os ministros aproveitaram para anunciar a criação de uma Comissão Interministerial para Gestão da Educação na Saúde, com objetivo de fortalecer a ciência, tecnologia e inovação em assuntos comuns às duas áreas.

 

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