A Ponte Metálica Dr. Diniz Assis Henning que liga Mafra (SC) e Rio Negro (PR) teve o seu acesso interrompido há cerca de um mês para a realização de melhorias no sistema de iluminação e pintura. Os investimentos públicos aplicados na revitalização somam mais de R$ 240,4 mil e a reforma está sob a responsabilidade da cidade paranaense, que contratou duas empresas para a execução dos serviços.
Nesta semana as equipes estão realizando a limpeza da ponte e da sua ferrugem e também fazendo a pintura da estrutura. A ponte que liga as cidades-irmãs ficará da cor laranja internacional, que tem como referência a Golden Gate, cartão-postal de São Francisco (Califórnia, Estados Unidos).
“As lâmpadas quentes vermelhas serão substituídas por iluminação de led e a parte externa terá iluminação temática, com cores alternadas em cada noite. Em resumo, é uma reforma para conservação, modernização e novos efeitos visuais”, explicou o gabinete do prefeito rio-negrense.
Questionada sobre o porquê realizar a intervenção nesse momento, a administração municipal afirmou que o projeto já vinha sendo discutido desde 2018. “Com a execução antes dos projetos especiais, que foram licitados, depois de prontos foram feitos orçamentos e realizada a licitação da execução da obra. Tudo isso levou em torno de 2 anos. A principal finalidade é conservar a bela ponte histórica e seu embelezamento, para termos mais uma grande atração turística na cidade e gerar empregos e renda”, disse a Prefeitura, por e-mail.
A previsão é de que as obras sejam finalizadas em meados de novembro e de que até lá a passagem de pessoas e veículos permaneça interrompida para garantir a segurança dos transeuntes e da equipe responsável pela realização dos trabalhos.
Terceira ponte não tem previsão de sair do papel
Quando a obra teve início a reportagem da Tribuna da Fronteira também questionou a Prefeitura de Rio Negro se até o final desta gestão há a possibilidade de anúncio de alguma novidade relacionada à construção de uma terceira ponte que ligue as regiões centrais de Mafra e Rio Negro. O retorno foi categórico: não há essa possibilidade no momento.
“Seja pelo tempo de gestão que nos resta ou pelo valor, que segundo especialistas necessitaria em torno de R$ 20 milhões para a grandiosa obra; isso demandaria a necessidade de parceria dos governos federal e estadual e financiamentos por parte das prefeituras. Essa proposta deverá ser encampada pelos próximos gestores, que serão eleitos em 15 de novembro e assumirão daqui a pouco mais de três meses”, explicou a gestão municipal.
Ponte Metálica completa 124 anos em novembro
No mesmo mês em que deve ter a sua revitalização finalizada, a Ponte Metálica Dr. Diniz Assis Henning completa 124 anos presente em RioMafra. Construída em Louvain, Bélgica, levou um ano para ser montada e foi entregue em 22 de novembro de 1896, no governo de José Pereira dos Santos Andrade.
As suas medidas oficiais são curiosas, já que a ponte é mais curta que os taludes que margeiam o rio Negro. São 71,46 metros de comprimento, 7 metros de largura e 8,10 metros de altura. Segundo informações oficiais do Município de Mafra, até hoje não se sabe ao certo qual a razão de tal erro: alguns dizem que foi erro de engenharia, pois mediram a distância das margens pelo leito do rio, o que parece viável, pois o seu comprimento é exatamente o da largura do rio em época de seca, mas outra versão refere-se à famosa história da troca das pontes. Segundo essa versão, a ponte que era para ser do Rio Negro foi enviada para um rio homônimo existente na África, e a de lá, mais curta, veio parar no Paraná.
A icônica ponte de RioMafra é tombada pelos órgãos de autoridade referentes aos patrimônios histórico-culturais de Santa Catarina e do Paraná.
Por Millena Sartori/Tribuna da Fronteira