O Paraná é o segundo estado que mais realiza exames RT-PCR para detectar a presença do novo coronavírus no organismo. Desde o começo da pandemia foram com 536.853 amostras examinadas, de acordo com dados do Boletim Epidemiológico Especial, do Ministério da Saúde. São Paulo é o que tem o maior número, com 661.025 exames realizados. O terceiro neste ranking é a Bahia, que aparece com 268.157, menos da metade de exames realizados pelo Paraná. Os dados são de exames realizados até o dia 29 de agosto e foram extraídos do Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) pelo governo federal.
Em relação aos números realizados proporcionalmente à população, o Paraná também aparece no topo, em terceiro lugar. Foram realizados 4.574 exames a cada 100 mil habitantes. Os dois estados com maior número proporcional são Amapá (5.715) e Tocantins (5.576). A média brasileira é de 1.628 e entre os três estados do Sul, fica em 2.706. O cálculo é feito multiplicando o número total de exames por 100 mil e dividindo o resultado pelo número de habitantes.
O documento do Ministério da Saúde apresenta dados dos exames chamados “padrão ouro” acumulados entre março e 29 de agosto. Esse é o exame que detecta a presença do vírus no organismo, feito a partir de coleta de material nas vias respiratórias. O boletim foi publicado em 2 de setembro.
TECNOLOGIA DE PONTA – O secretário de Saúde, Beto Preto, explica que o Paraná conta com laboratórios com tecnologia de ponta, como o Laboratório Central (Lacen) e o Instituto de Biologia Molecular (IBMP), idealizado em parceria com a Fiocruz, que trabalham para realização de exames para todos os usuários do SUS. Ele afirma que essa estratégia de testagem massiva construída desde o começo da pandemia ajudou a dar panorama mais claro da situação para a tomada de decisões que evitaram contágio desenfreado.
“Sabemos que ainda temos muito a avançar no combate ao coronavírus, mas a nossa rede de laboratórios está bastante estruturada e é robusta, o que nos ajudou desde o começo do ano. Essa é uma condição que nos coloca um passo à frente dos demais no diagnóstico em momento oportuno e na condução das medidas para passarmos com menor dano aos paranaenses”, afirmou o secretário. “Identificar cedo é uma das principais condições para isolamento e para vencer o vírus”.
AGILIDADE – O Lacen é o laboratório referência no Paraná para diagnósticos de todas as doenças que possam oferecer risco à saúde pública, como dengue, sarampo, influenza, entre outros. A sua estrutura, já qualificada, foi reforçada no começo da pandemia com a ampliação para até 600 testes/dia e passou a processar testes vindos de todas as cidades do Estado.
Desde abril o Paraná recebe apoio do IBMP, que é ligado à Fundação Osvaldo Cruz, para o processamento de mais exames para identificação do novo coronarívus. Nesse local é possível realizar até cinco mil por dia.
Ao mesmo tempo a rede credenciada dos laboratórios privados foi ampliada e hospitais e unidades básicas de Saúde ingressaram na estratégia de identificação precoce da Covid-19. Esse trabalho integrado ajudou na formulação das políticas sanitárias em relação ao coronavírus, além da quarentena restritiva adotada em quase metade do Paraná no começo de julho.
O Estado chegou nesta quarta-feira (9), quase seis meses depois dos primeiros casos, como terceira unidade da Federação com menor incidência de casos e segunda em óbitos em relação à sua população.
INOVAÇÃO – A inovação também faz parte da rotina dos técnicos e gestores na saúde pública desde o começo da pandemia. Como reconhecimento desta busca, o Lacen, referência do Estado, desenvolveu uma técnica na qual elimina uma etapa no processamento das amostras. A adaptação do tubo com o swab direto à máquina evita o manuseio e reduz o tempo entre a chegada da amostra e a extração do material genético para o exame. “Atuamos sempre buscando mais melhorias, mais eficiência para o nosso trabalho. A adaptação do tubo contendo o swab nos permite reduzir o tempo e uma etapa que envolve pessoas no fluxo, com isso reduzimos também o risco de contaminação nesta etapa”, comentou a diretora-geral do Lacen, Célia Fagundes da Cruz.
Anteriormente, quando as caixas UN 3373 (que atendem às normas de Biossegurança para transporte especial de amostras biológicas) chegavam com os tubos contendo no seu interior o meio de transporte viral e os swabs com as amostras coletadas, havia a necessidade de transferir este material para tubos compatíveis com a máquina. Isso demandava tempo e pessoal dedicado para esse trabalho
Quantidade absoluta de testes RT-PCR realizados
1º São Paulo: 661.025
2º Paraná: 526.853
3º Bahia: 268.157
Brasil: 3.447.394
Região Sudeste: 1.126.523
Região Nordeste: 834.122
Região Sul: 817.297
Região Centro-Oeste: 338.654
Região Norte: 330.807
Testes por 100 mil habitantes
1º Amapá: 5.715,43
2º Tocantins: 5.576,87
3º Paraná: 4.574,63
11º Santa Catarina: 2.129,34
16º São Paulo: 1.439,54
19º Rio Grande do Sul: 1.207,05
Brasil: 1.628,01
Região Sul: 2.706,97
Região Centro-Oeste: 2.051,91
Região Norte: 1.771,62
Região Nordeste: 1.453,83
Região Sudeste: 1.265,58
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